“O papel da Enfermagem no protagonismo para redução de desigualdades” é o tema da XXVI Semana de Enfermagem do Hospital Estadual Alberto Rassi - HGG, que também norteou a palestra que abriu a programação, que acontece entre os dias 15 e 19 de maio, na unidade de saúde. A enfermeira e professora da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (UFG), Bárbara Souza Rocha, conversou com colaboradores sobre o assunto. Em seguida, o artista e enfermeiro Guto Rocha apresentou a poética “Olhar Cuidador”, com textos autorais e clássicos da MPB, evidenciando os desafios da profissão. Encerrando o primeiro dia de evento, houve também o lançamento da exposição fotográfica - “Enfermagem: essência da pluralidade”, que permanece no hall do piano do hospital até o último dia da ação.
Bárbara perguntou: será que a gente compreende profundamente as desigualdades? Como ela interfere na atuação da enfermagem e como atuar para combatê-las? A partir desses questionamentos, a professora apresentou um panorama do que engloba essas distinções e como identificá-las. “A enfermagem tem a faca e o queijo, ela tem como exercer esse protagonismo, pois está desde o início até o fim da vida, ao lado do paciente, então é preciso ter essa visão crítica e integral sobre os aspectos de vida do usuário, de forma completa. Não é só a condição de saúde/doença que define o tratamento, ou seja, é preciso gerir o cuidado a partir da realidade social de cada um.”
Guto, que se apresentou ao lado do sobrinho Yuri Levy, cantou músicas como “Tocando em Frente” e “Lanterna dos Afogados”, e contou que atualmente trabalha com práticas integrativas e complementares no SUS, e que a sensibilidade da música faz parte do seu dia a dia. “Eu gosto de usar a música nessas bases psicoemocionais, com letras que passam uma mensagem e atuam nesse processo de cura.” O enfermeiro pontuou ainda que a essência da enfermagem é a luta contra as desigualdades. “Quando a gente olha para um paciente como o ser único que ele é, nada fará com que ele seja desigual, e o trabalho tem que ser dessa maneira. É sobre atender da mesma forma o presidente da República, assim como uma pessoa em situação de rua”, finalizou.
A enfermeira da Clínica Médica do HGG, Kamila da Silva, fez questão de ressaltar que a abertura propôs uma reflexão a toda a equipe sobre o papel protagonista da Enfermagem.” A professora Bárbara mostrou a realidade da sociedade em que estamos inseridos e nos fez pensar o papel de protagonistas, no cuidado e aplicação da ciência em todos os ambientes em que atuamos. Guto, de forma poética, nos relembrou a importância do autocuidado e equilíbrio entre a nossa vida profissional e pessoal”, pontuou.
Thais Giraldi, enfermeira da Clínica Cirúrgica, afirmou que a enfermagem é a maior classe trabalhadora do mundo e a que mais abraça a diversidade social. “A diversidade reflete a sociedade em que vivemos, e os profissionais de enfermagem devem estar preparados para cuidar de indivíduos com diferentes origens e necessidades, sejam elas referentes a raça, etnia, gênero, orientação sexual, religião, idade, origem socioeconômica e habilidades físicas e mentais. Além disso, devemos contribuir para a melhoria da qualidade do cuidado. Ao trazer diferentes perspectivas, soluções inovadoras e abordagens personalizadas para o cuidado dos pacientes.”