O número de mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) no mundo poderá aumentar 50% e chegar a quase 10 milhões até 2050 se ações de monitoramento e prevenção não forem aprimoradas, segundo um estudo feito pela Organização Mundial do AVC e publicado no início do mês, no periódico científico Lancet Neurology. Apesar dos dados alarmantes, é possível reverter o cenário através da prevenção. Focado em conscientizar a população sobre os perigos do AVC, o Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG promoveu nesta quinta-feira, 26 de outubro, o projeto Saúde na Praça, alusivo ao Dia Mundial do AVC. Ao longo das cinco horas de evento, 202 pessoas foram atendidas gratuitamente na tenda da saúde.
O médico neurologista, responsável pelo ambulatório de doença cerebral vascular do HGG, Marco Túlio Pedatella foi o responsável pela orientação médica desta edição. Ele reforça que o AVC pode acometer pessoas de todas as faixas etárias e que é preciso educar a população sobre o que fazer ao presenciar um AVC. “Primeiramente, nosso intuito é alertar a população em relação aos fatores de risco. Também é importante reconhecer a doença e o que fazer quando alguém está tendo AVC. Os sinais são: a perda da força de um ou de ambos os lados do corpo, perda da visão de um ou de ambos os olhos, movimento descoordenados, dor de cabeça súbita e diferente do padrão habitual e dificuldade na fala. Na presença de qualquer um desses sinais, entrar em contato mais rápido possível com o Samu através do 192”, explica.
Além das orientações médicas, as pessoas que foram até o local puderam aferir a pressão e realizar o teste de glicemia. A equipe de Fonoaudiologia demonstrou exercícios sobre a reabilitação linguístico-cognitiva com uma roleta com perguntas para os participantes. Na Fisioterapia, as orientações foram sobre a coordenação motora e raciocínio com um circuito de exercícios. Já com a turma da Nutrição, os participantes foram alertados sobre os sintomas da doença, o uso de alimentos antioxidantes, alimentos calmantes, alterações de deglutição e ajuste da consistência alimentar. No teste do relógio, aplicado pela equipe de Psicologia, foi observado a compreensão verbal, memória de curto-prazo e função executiva.
O técnico em mecânica industrial, Caio Mário dos Santos, de 50 anos, que passou por todos os profissionais que atendiam na Praça Abrão Rassi, afirmou que foi ao local para entender mais sobre a doença e como preveni-la. “Queria saber se realmente eu posso ter um AVC. Pra nós, é uma chance de ganhar sabedoria uma doença. Ter essas informações e poder conversar com o pessoal do hospital foram alguns dos motivos do meu comparecimento”, afirmou.
A dona de casa Maria Edileusa de Alencar explica que após ver o anúncio da ação na televisão, resolveu participar para conferir o serviço. “Achei muito bom, porque tem hora que a gente precisa tirar dúvida com um médico e não tem. Já é a segunda vez que venho no projeto e estou gostando bastante. Minha mãe sofreu um AVC e recebi as explicações, esclareceu muita coisa”, disse.
A coordenadora da Comissão de Residência Multiprofissional em Saúde do HGG e Fonoaudióloga, Yleris Mourão afirma que o Saúde na Praça nasceu da necessidade de educar a população. “Nosso objetivo do Saúde na Praça é levar a informação às pessoas. Por mais que não sejamos um hospital de urgência, nós podemos, através de ações como a de hoje, orientar o paciente sobre prevenção. Nosso trabalho é estar perto e sensibilizar a população para os cuidados com a saúde. É uma atitude que salva muitas vidas”, avaliou.