05/03/2025 - Transplante de rins entre irmãos é realizado no HGG



“A doação da minha irmã vai me tirar do inferno. Só quem passou pela diálise sabe o quanto é difícil enfrentar a máquina”

Alguns laços vão muito além do sangue… e esse é um deles. No último dia 24 de fevereiro, Paola Afonso Teixeira do Carmo, de 33 anos, ajudou a devolver o bem-estar ao seu irmão, João Paulo Teixeira do Carmo, ao doar um rim em um transplante realizado no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi – HGG. João Paulo, de 37 anos, é publicitário e enfrenta, pela segunda vez, um processo de transplante renal. Há cerca 20 anos, foi a mãe dos irmãos que decidiu ajudar o filho, doando um de seus rins.

João Paulo nasceu com problemas renais. Na adolescência, depois de anos de hemodiálise, ganhou uma nova vida com a ajuda da mãe, dona Joeci. Pelos 25 anos seguintes, completados João Paulo viveu uma rotina normal, longe das máquinas de hemodiálise e com o pleno funcionamento dos rins . No entanto, em 2024, o rim que recebera da mãe começou a perder as funções e ele estava, normalmente, de volta à rotina de um doente renal crônico.

“A doação da minha irmã vai me tirar do inferno. Só quem passou pela diálise sabe o quanto é difícil enfrentar aquela máquina. Ao mesmo tempo em que eu tenho sorte de poder contar com a minha família das duas vezes em que eu precisei, fico sentido pela minha mãe e, agora, minha irmã, passando por estas situações. Fico grato e, ao mesmo tempo, chateado por vê-la passando por esta situação da qual ela não tem culpa”, disse.

Mesmo com dois transplantes renais no histórico, João Paulo se considera um sortudo. Como não poderia deixar de ser, a família encara a doação como algo natural. Antes de doar um rim para o irmão, Paola Teixeira já era doadora regular de sangue e também já doou medula óssea.

“Eu encaro com muita tranquilidade todo esse processo. Nunca cogitei não doar. Quando a gente soube que ele teria que fazer outro transplante eu, quase que imediatamente, comecei a fazer os exames. Os testes apontaram 100% de compatibilidade, o que me deu ainda mais confiança. Quero que ele volte a viver normalmente”, afirmou.

O médico cirurgião do HGG, Marcus Vinícius Chalar explica que a maioria dos transplantes renais ainda são realizados com órgãos de doadores cadáveres. Ele reforça que a doação entre parentes consanguíneos ajuda a acelerar a fila de espera por um órgão. “É muito necessário estimular e explicar que a doação de rins entre pessoas vivas, e que são parentes, é uma possibilidade. É a chance de ajudar na promoção da saúde de uma outra pessoa. Muitas vezes, de irmãos, pais, filhos. É um gesto lindo, de coração e principalmente de amor entre as partes”, avaliou.

Além disso, o profissional ressalta que o serviço beneficia os Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e ajuda a promover qualidade de vida para as pessoas. “O gesto altruísta da doação de órgãos é fundamental para que continuemos salvando vidas. O HGG é um grande centro transplantador e nosso objetivo é contribuir cada dia mais com a saúde e bem-estar da população”, disse.



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