21/03/2025 - HGG zera fila de cirurgias bariátricas e metabólicas no mês de conscientização dos riscos da obesidade



“Será um recomeço para mim, vou voltar a fazer atividades simples que tenho muita dificuldade atualmente”, disse paciente do PCCO

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES/GO) e Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi - HGG realizou no dia 14 de março, uma força-tarefa para zerar a fila de espera por cirurgias bariátricas e metabólicas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás, em alusão ao mês de conscientização sobre os riscos da obesidade. Atualmente, o hospital é uma referência no estado para esses procedimentos, já tendo totalizado mais de 1,7 mil cirurgias realizadas.

Na programação foram realizadas atividades com o Serviço de Fisioterapia e Nutrição, que lançou as Cartilhas de Orientação Nutricional no pré e pós-operatório das Cirurgias Bariátrica e Metabólica, elaboradas pela unidade de saúde especificamente para os usuários do SUS. A nutricionista do HGG, Andreia Rodrigues do Carmo Brasil explica que a iniciativa de criação das cartilhas tem como objetivo a inclusão dos pacientes em um momento de reeducação alimentar.

“Inicialmente pensamos na confecção dessa cartilha como uma forma de alcançar os pacientes com baixa instrução ou até mesmo analfabetos. Então, preparamos um conteúdo totalmente lúdico, com figuras, quantidades e passo a passo compreensível, para auxiliar na alimentação dos nossos usuários do programa. Ilustramos no material a dieta alimentar com foco na reeducação, mudança de hábitos e o estímulo a atividades físicas. Com as versões pré e pós-operatórias conseguimos as progressões das dietas, que são exemplificadas em forma de dieta líquida, que passa pela pastosa, branda, até chegar na consistência normal”, esclarece.

O médico Luiznei Rocha, que integra a equipe do Programa de Controle e Cirurgia da Obesidade (PCCO) no hospital, reforça que o HGG é a única unidade do Estado que possui habilitação para a realização desses procedimentos e por isso, lida com alta demanda. “Aqui a gente descobre inúmeras histórias de superação de pacientes que às vezes ficam sete anos na fila para conseguir a oportunidade de estar aqui conosco. E quando chegam, eles são amparados por uma equipe multiprofissional que dá toda a assistência. Nós possuímos sete áreas de atuação, que tratam esse paciente antes que ele seja realmente encaminhado para a cirurgia”, reforçou.

Entre o hall de pessoas atendidas pelo hospital, Helena Gomes de Oliveira Sousa, de 45 anos, natural do município de Piranhas, conta que levou um período de três anos e oito meses desde a primeira consulta, na atenção básica, até a cirurgia na unidade do Governo de Goiás. Antes de passar pela bariátrica, ela precisou ser submetida a uma cirurgia na vesícula e também a outro procedimento, para controle da diabetes. Helena foi internada na segunda-feira 10 de março, e no dia seguinte realizou a tão sonhada cirurgia. “Todos que tem peso acima do esperado sonham com essa cirurgia, porque é realmente cara. Eu mesma, se fosse pelo financeiro, não faria, porque não tinha condição. Mas graças ao SUS, hoje eu estou aqui, realizando o sonho tão esperado”, comemorou. “É um processo bem acompanhado. Você tem a fisioterapeuta, tem a fono, a nutricionista, a psicóloga. São pessoas muito amáveis e você realmente cria uma família aqui dentro”, completou.

O paciente Elizeu Freitas Dias, 22 anos, estudante do curso de Terapia Ocupacional, está se preparando para a realização da cirurgia bariátrica. Ele que iniciou há pouco tempo os atendimentos no PCCO comenta que antes de optar pela cirurgia, tentou emagrecer por vias alternativas, mas sem sucesso. “Fiz acompanhamento com nutricionistas, atividade física e não consegui emagrecer. Agora, eu faço aconselhamento psicológico para compreender todo esse processo que venho passando. Além disso, tento não criar muitas expectativas e não pensar muito sobre esse assunto em si para não ficar ansioso, mas eu sei que será um recomeço para mim. Vou sentir coisas novas, viver coisas novas, poder fazer coisas que hoje pra mim são muito difíceis como calçar um sapato ou vestir uma roupa. Então, tem várias coisas que eu tenho vontade de desfrutar e espero conseguir com esse tratamento, pois já tenho ótimas impressões, os profissionais são bem detalhistas e explicam todos os detalhes pra gente”, pontuou.

O secretário de Saúde Adjunto de Goiás, Sérgio Vencio, que esteve presente na ação, explica que há um amplo caminho até a realização desses procedimentos, o que envolve uma verdadeira linha de cuidado ao paciente. “São dois anos de preparo para se chegar a cirurgia, para a gente saber exatamente se a pessoa está apta. Os estudos mostram que a cirurgia bariátrica diminui mortalidade, diminui doença cardiovascular, diminui incidência de diabetes, isso descarrega o sistema, evita os pacientes terem um infarto, derrame, hemodiálise. Então é um programa fantástico esse do HGG, um exemplo para o Brasil inteiro”, destacou.

Indicação e acesso
No HGG, a cirurgia bariátrica é indicada para pacientes que possuem obesidade grau III, com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40, e que por meio do tratamento clínico, não obtiveram sucesso no controle de peso e atenderam aos critérios. Outras comorbidades, como colesterol alto, esteatose hepática (gordura no fígado) e hipertensão, reforçam a sugestão da cirurgia. Já os procedimentos metabólicos são direcionados aos pacientes diabéticos que estão inseridos no PCCO do HGG. O procedimento é conhecido por curar a doença com uma técnica cirúrgica, reconhecida e aprovada pelo Conselho Federal de Medicina.

A inclusão no Programa de Controle e Cirurgia da Obesidade no HGG é feita por meio de encaminhamento do paciente na Atenção Básica do município onde reside (Cais, Ciams, PSF, Unidade Básica de Saúde - UBS, Centro de Saúde da Família ou postos de saúde). O encaminhamento é conduzido pela Secretaria de Saúde Municipal e depende da disponibilidade de vagas no SUS. “A doença obesidade tem um tripé: genético, a falta de atividade física e uma alimentação inadequada. Então, o mais importante é ficar claro da importância da prevenção. A cirurgia bariátrica é o último caminho. Ela não pode ser vista como a primeira opção. Tanto que um dos critérios para a realização de cirurgia bariátrica é o paciente ter tentado outras formas de tratamento”, finaliza o médico Luiznei Rocha.




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