21/03/2025 - No Mês da Mulher, HGG zera fila de atendimentos com cirurgias para retirada de lesões pré-cancerígenas no colo do útero



Unidade é a única da rede pública estadual a ofertar procedimentos pelo SUS

O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi – HGG realizou no dia 15 de março, uma ação concentrada de cirurgias de conização, procedimento que remove lesões pré-malignas antes que evoluam para o câncer de colo de útero. Sete pacientes foram operadas na unidade, zerando a fila de espera para este atendimento. Atualmente, só o HGG realiza este procedimento na Rede Estadual de Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). As cirurgias foram realizadas pelos profissionais do Serviço de Ginecologia do HGG. Só em 2024, a equipe realizou 39 procedimentos de conização em pacientes que realizam atendimento no hospital. Ações como essa integram a programação do hospital para o mês da mulher.

A médica ginecologista do HGG, Eliane Ribeiro explica que a conização, ou Cirurgia de Alta Frequência (CAF), é fundamental para o tratamento de lesões causadas pelo vírus HPV, principal responsável pelo câncer do colo do útero. Com a identificação precoce e a remoção dessas áreas alteradas, as chances de progressão da doença diminuem consideravelmente. “As pacientes submetidas a esse procedimento possuem lesões que ainda não evoluíram para o câncer. Tratá-las precocemente significa bloquear o avanço da doença. Atualmente, o câncer de colo do útero pode ser prevenido por três estratégias principais: vacinação contra o HPV, rastreamento por exames preventivos e a realização de cirurgias para tratar lesões pré-cancerígenas”, explicou.

As pacientes operadas tinham entre 35 e 45 anos, idade de maior prevalência destas lesões. A médica lembra ainda que as pacientes não tiveram acesso às vacinas contra o HPV na juventude, justamente porque, até 2014, a vacina contra o vírus não era distribuída gratuitamente pelo SUS. “Essas mulheres não tiveram acesso às campanhas de vacinação contra o HPV porque ainda é muito recente a distribuição da vacina pelo SUS. Ainda há muita desinformação em torno destas vacinas, o que contribui para que muitas mulheres desenvolvam estas lesões pré-cancerígenas”, afirmou.

A servidora pública, Nélia Moraes dos Santos Gregório, 52 anos, paciente do HGG, comenta que não teve nenhum sintoma físico da doença, e que teve conhecimento da enfermidade por meio dos exames de rotina. “Em junho de 2024 eu descobri essa condição e me explicaram que era necessário o procedimento cirúrgico. De lá para cá eu corri atrás de exames complementares, para ajudar no processo. Foi muito rápido até chegar o dia do procedimento. Agora estou aliviada, pois para o tratamento dar certo depende mais de mim do que dos médicos, agora estou feliz e realizada. O HGG é nota dez”, afirmou.

Dona Nélia também destacou que não teve a oportunidade de se vacinar quando era mais jovem. “Eu não sabia que tinha vacina para esses casos. Acredito que a vacinação é muito importante, todas as mulheres devem tomar a iniciativa e correr atrás da própria saúde. Nós precisamos e devemos nos cuidar. Inclusive, minha filha passou pelo mesmo procedimento que eu, mas conseguiu tomar as vacinas em dia. Então, depois de tudo isso, já vacinamos a minha neta e estamos conscientes e prevenidas”, assegurou.

Vacinação Contra o HPV
A vacina contra o HPV passou a ser distribuída gratuitamente pelo SUS no Brasil no dia 10 de março de 2014. A vacina é a principal forma de prevenção contra o câncer do colo do útero, que é a terceira causa mais frequente de câncer entre as mulheres.

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST). Trata-se de um vírus capaz de infectar tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal de homens e mulheres. Embora a principal forma de transmissão ocorra por via sexual, com penetração desprotegida, ela também pode ocorrer por contato direto entre os órgãos genitais, sem penetração.

Apesar de muitos casos serem assintomáticos, o HPV pode levar ao desenvolvimento de verrugas ou lesões que evoluem para o câncer. Mesmo pessoas assintomáticas conseguem transmitir o vírus durante relações sexuais sem o uso de camisinha. Além disso, as lesões podem demorar até 20 anos para aparecer. Atualmente, o público-alvo é composto por crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, no esquema de dose única; pessoas de 9 a 45 anos que vivem com HIV e Aids; pacientes oncológicos, pessoas com papilomatose respiratória recorrente (PRR), e transplantados com três doses; e pessoas de 15 a 45 anos de idade imunocompetentes vítimas de violência sexual.




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